Bloco do Eu sozinho.
A autonomia que segundo o dicionário é a capacidade de se autogovernar, ou ainda, de acordo com Kant (1724-1804) é a capacidade da vontade humana de se autodeterminar segundo uma legislação moral por ela mesma estabelecida, livre de qualquer fator estranho ou exógeno com uma influência subjugante, tal como uma paixão ou uma inclinação afetiva incoercível. Ela é um traço característico e que buscamos ao longo de nossa jornada. Desde pequenos tentamos ser autônomos. Já quando éramos crianças demos os primeiros passos em direção a autonomia tentando fazer algo sozinho ou tendo a audácia de dispensar a ajuda de um adulto, mesmo nós sendo aqueles que até pouco tempo atrás ainda estávamos nos locomovendo em quatro apoios. Crescemos e continuamos desenvolvendo dentro desse processo. Eu até hoje penso que não posso depender de alguém, que devo ter minha própria capacidade de realizar aquilo que desejo. Mas qual o sentido dessa autonomia? Vivemos nessa sociedade liquida que sabe cada vez menos lidar com as frustrações, que calca seu prazer no consumo de bens materiais e subjetivos como as relações afetivas, que descarta amizades com um simples clique fazendo com que o virtual influa no real. Assim, estamos virando um grande bloco de “Eu(s)” sozinho(s) conectado através de celulares e escondendo nossas frustrações?
30 de novembro de 2017 at 13:35
Nossa tema super interessante, adorei o texto. Acho que somos capazes de fazermos muitas coisas sozinhos, mas com alguém é bem melhor. Ter apoio e companheiros. Até Jesus quis precisar do outro.
beijos
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30 de novembro de 2017 at 16:02
É um bom texto no geral, mas tenho que questionar alguns pontos. Não são coisas que eu tenho a resposta, são só perguntas que eu vou deixar no ar..
Existe um problema de fato em ser sozinho?
A conexão através do celular é menos autêntica?
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2 de dezembro de 2017 at 14:15
Olá, William.
obrigado pelas perguntas.
Sendo sincero com você, não há problema algum em ser sozinho. Mas será que conseguimos realmente viver sozinhos, isolados?
Sobre a relação através do celular, aí creio dependa da atitude de cada uma. Mas eu sigo a linha de pensamento do Bauman e creio que a tecnologia acaba afastando as pessoas. Lógico que esse pensamento leva em consideração a sociedade de consumo que estamos inseridos, a forma efêmera com que nos relacionamos.
Deixa a recomendação do livro Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias.
Como você mesmo disse, são coisas que não temos resposta. Afinal, se a situação está boa para aquele que quer viver sozinho e se conectar através do celular. Então não o que se questionar.
Abraço.
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30 de novembro de 2017 at 16:23
Bela reflexão!! Eu ao contrário, vim de uma geração, onde os filhos viviam na barra da saia da mãe. Eu não podia sair sozinha. Não tinha autonomia para resolver nada até que me casei. Penso que não fiz nada para me libertar dessa dependência. Provavelmente, por comodismo. Quando tive meu filho ouvi o conselho de uma amiga, que eu não devia fazer com ele o que meus pais fizeram comigo. Quanto a mim continuo sendo dependente em vários aspectos!
Abraço.
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30 de novembro de 2017 at 21:22
Muito bom texto!
Me levou a refletir sobre outro texto : “melhor estarmos em dois do que sozinho, pois assim quando um cai o outro o levanta “( sábio rei Salomão ).
Reflexões como essas que você nos proporcionou nos indicam a importância do respeito ao próximo, não se apagar dos nossos valores!
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2 de dezembro de 2017 at 15:02
Um ótimo tema! Muito bom!
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4 de dezembro de 2017 at 09:37
Adorei sua reflexão. Ultimamente tenho me questionado muito em relação a isso. Vivo a maior parte do tempo no meu mundinho e ao menos prezo pela companhia de alguém..
Acho que ninguém consegue ser sozinho por muito tempo!
beijos
Blog Levando a Sério
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