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Vivenciamos tempo “moderno” e “liquido” retratado e até de certa forma previsto em grandes obras de nossa literatura como no livro 1984 de George Orwell e Admirável Mundo novo de Aldous Huxley. Os livros, cada um a sua maneira, são distopias que tratam de ambientes imaginários com forte repressão, desespero ou privação. Interessante fazer a leitura das obras e notar como elementos presentes nelas estão na vida cotidiana. Focando de fato em Admirável Mundo Novo podemos refletir sobre o tipo de relação que estabelecido atualmente.

As relações sociais estão cada vez mais efêmeras e controladoras. Há um claro choque de valores entre as gerações. As gerações mais novas buscam “curtir”, popularidade nas redes sociais. Mas e o contato humano? A tecnologia oferece a oportunidade dicotômica de estar sozinho e acompanhado. Você pode estar isolado, mas a tecnologia permite que você contate suas amizades e que muitas vezes são iniciadas somente online nunca havendo contato pessoal. Cada vez mais e mais o contato pessoal é substituído pelo contato virtual.

A amizade virtual é volátil e fácil de ser descartado. Quando um diálogo é estabelecido e as mensagens são trocadas comumente se imagina a feição da outra pessoa. Mas a realidade é que nunca sabemos qual a reação e quando a mensagem é visualizada e não respondida aí chega o momento da “auto tortura”. A imaginação divaga sobre “n” teorias que possam explicar o porquê não recebemos nossa resposta quando de fato só descobrimos o motivo quando o interlocutor revela o motivo do “atraso”.

A mente é a pior vitima e o maior carrasco para o individuo. A modernidade e a tecnologia geraram ambiente para o homem em que ele fere a si mesmo na busca pela “felicidade” nesse tempo líquido. As relações virtuais substituem as relações pessoais e dentro desse ambiente virtual todos exalam qualidades, mas poucos exalam a sinceridade. Motivados por uma “concorrência”, a busca por ser o mais popular ou por demonstrar a realidade humana. O homem demonstra não saber para onde caminha, mas acredita, em sua maioria, estar indo para o caminho correto.